
No disco "Vida Bandida" de 1987, o ex-baterista da banda Blitz se consagra em carreira solo, era o ícone underground, Lobão fazia o discurso da independência dos músicos das gravadoras multinacionais, algo muito avançado para a época, sua luta contra os "jabás" nas rádios predominava. Com isso conquistou muitos fãs, uma legião de seguidores, o Circo Voador na Lapa no Rio de Janeiro era sua casa. Lobão agora em momentos turbulentos da política nacional, o músico adere ao discurso da intervenção militar para impor um choque de ordem no país, logo ele, que em diversos shows pelo Brasil se apresentava com a camisa do MST, e em muitos momentos afirmou gostar de Fidel Castro e Che Guevara. O que ocorreu para uma mudança tão radical dessas? A vontade de morar em Miami, talvez.

O grande susto se deu nessa semana, quando o reconhecido fotógrafo, talvez um dos grandes do planeta na arte fotográfica mundial, Sebastião Salgado após estar em Mariana, Minas Gerais, e verificar de perto do que já pode ser considerado o maior desastre ambiental ocorrido no Brasil, comparados a Fukushima no Japão e Chernobil na ex-URSS, a poluição da Companhia Vale do Rio Doce comprometeu contaminando toda a região com metais tóxicos para os próximos 100 anos, causando um grande impacto em todo o ecossistema. Alguns setores da imprensa afirmam que o fotógrafo tomou a decisão em defender a Samarco e a Vale, afirmando que empresas mineradoras prezam pela segurança ao meio ambiente, devido ao patrocínio que recebe da Companhia Vale ao seu Instituto. Sebastião Salgado decididamente junto com Walter Firmo, Wilton Montenegro, Evandro Teixeira, Cláudia Andujar, Gilberto Ferrez e Augusto Malta, está na galeria entre os maiores fotógrafos brasileiros, mas muito intriga sua decisão em defender a Vale, de fato ninguém entendeu.
O celebrado cineasta Arnaldo Jabor, a muito tempo vem com opiniões e incentivo a polarização da política na sociedade brasileira, o discurso de ódio aos comunistas e adeptos do socialismo que para ele são peças de museu. Nos seus comentários a vontade de ver sangue é grande, assumidamente um liberal conservador, suas opiniões apresentam uma visão elitista de um setor que vê nos trabalhadores uma massa de manobra dependente do Bolsa Família, e que não tem capacidade de decidir seu futuro.
Seu preconceito aparece bem quando se refere aos governos latino-americanos, como no caso da Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba e a Argentina dos Kirchner, que em muitos casos chegou a defender uma intervenção internacional nesses países para restabelecer na visão dele os valores de autênticos americanos mostrados pelos filmes de Woody Allen, a cultura de Nova Yorque para todos. Alguns críticos afirmam que mesmo assim seu legado artístico ficou gravado em seus filmes como o longa "Toda Nudez Será Castigada" de 1973, adaptação da peça teatral de Nelson Rodrigues para o cinema.
Seu preconceito aparece bem quando se refere aos governos latino-americanos, como no caso da Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba e a Argentina dos Kirchner, que em muitos casos chegou a defender uma intervenção internacional nesses países para restabelecer na visão dele os valores de autênticos americanos mostrados pelos filmes de Woody Allen, a cultura de Nova Yorque para todos. Alguns críticos afirmam que mesmo assim seu legado artístico ficou gravado em seus filmes como o longa "Toda Nudez Será Castigada" de 1973, adaptação da peça teatral de Nelson Rodrigues para o cinema.
E para confundir ainda mais, entrando em campo minado, porque o cultuado artista Chico Buarque até hoje não fez uma avaliação a respeito das ações do governo federal que retira direitos dos trabalhadores? Seu apoio incondicional está criando um mal estar no meio cultural, que vem desde a indicação de Ana de Hollanda para o Ministério da Cultura, na qual sua primeira ação de governo, foi o corte dos repasses aos projetos dos Pontos de Cultura, favorecendo em muito os interesses corporativos da indústria cultural, que significou o fim de uma era na distribuição das verbas para projetos culturais no país, mas acabou, nem o saudoso Jards Macalé conseguiu reverter a situação, como ficou também tudo por isso mesmo, sem nenhuma auto crítica até o momento. Conforme o título do livro de Fernando Gabeira de 1979, que foi roteirizado para o filme de Bruno Barreto, rodado em 1997, "O que é isso, companheiro?".
Clássico livro do historiador francês Jacques Le Goff sobre os intelectuais
*Letra da música "pior do que antes" de 1988, da banda punk "Garotos Podres".
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